segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Outubro sangrento coloca em xeque guerras dos EUA

Incidentes violentos, ocorridos entre os dias 25 e 27 de outubro de 2009, contribuíram para agravar a situação dos Estados Unidos nas guerras no Iraque e no Afeganistão. No caso mais grave, um duplo atentado terrorista matou 155 pessoas, incluindo 24 crianças, e deixou centenas de feridos na explosão de carros-bomba em Bagdá. Nos dias seguintes, 22 americanos morreram.


Essas mortes atrapalham os processos eleitorais em curso nos dois países. As eleições são consideradas peças-chave para estabilizar os territórios e permitir a retirada das tropas.

Os atos de violência também contrariam os planos do presidente Barack Obama, de encerrar a ocupação do Iraque e redirecionar recursos para o Afeganistão.

Em nove anos de guerra no Afeganistão e sete no Iraque, mais de 5 mil americanos morreram e os gastos somam US$864 bilhões.

Os conflitos começaram no governo de George W. Bush (2001-2009) logo após os atentados de 11 de Setembro. O principal objetivo era a captura de Osama Bin Laden, líder da rede terrorista Al Qaeda e responsável pelos ataques. Quase uma década depois, os Estados Unidos não conseguiram pacificar o Iraque nem capturar Osama Bin Laden.


(Osmar Rios)

Violência no Rio de Janeiro

No dia 17 de outubro de 2009, traficantes atiraram contra um helicóptero da polícia no Rio de Janeiro. A aeronave teve que fazer um pouso forçado e explodiu, matando três policiais. O atentado aconteceu durante uma tentativa de invasão do morro dos Macacos pelo Comando Vermelho. O caso chamou a atenção da imprensa internacional porque ocorreu 15 dias depois de a cidade ser escolhida como sede dos Jogos Olímpicos de 2016.

Causas da violência urbana associada ao tráfico de drogas:
A partir de 1970, aumento da oferta de cocaína colombiana e maior demanda, tornando o negócio altamente lucrativo.
Detenção de presos políticos com presos comuns em Ilha Grande, durante a ditadura militar, favorecendo a criação do Comando Vermelho e de outras facções.
Urbanização, migração e crescimento desordenado de favelas.
Corrupção de policiais, agentes penitenciários, juízes e políticos.
Governos tomam apenas medidas repressivas e eleitoreiras.

Como solucionar:
Investir mais em inteligência e prevenção.
Priorizar o combate ao tráfico de armas e drogas no atacado, evitando que os produtos cheguem aos morros.
Criar mecanismos rigorosos de controle da corrupção.
Desenvolver programas sociais que ofereçam empregos aos jovens.

Por que Obama ganhou o Nobel da Paz de 2009?

O Comitê Norueguês anunciou, no dia 9 de outubro de 2009, o presidente americano Barack Obama como ganhador do Prêmio Nobel da Paz. A decisão foi polêmica e muito criticada na Europa e nos Estados Unidos. Para os críticos, tratou-se de uma escolha precipitada, uma vez que Obama completou somente nove meses no cargo, e também porque os EUA estão envolvidos em duas guerras, no Iraque e no Afeganistão.

Três pontos foram decisivos para a escolha do Comitê:

Política externa: Obama abriu diálogo com países - inclusive mulçumanos - antes vistos como "inimigos" da democracia americana.
Desarmamento nuclear: o presidente iniciou nova rodada de negociações com a Rússia para cumprir ambiciosas metas do programa de redução de armas nucleares.
Meio ambiente: Obama considera prioritárias questões climáticas e ambientais.

Em evidente escolha política, o Comitê do Nobel levou em conta não resultados práticos, mas a nova agenda política dos Estados Unidos, que se contrapõe à do governo George Walker Bush.

(Osmar Rios)

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Socialismo à chinesa sobrevive ao século 20



A Revolução Chinesa, comandada pelo líder comunista Mao Tse-tung, levou à proclamação da República Popular da China, no dia 1o de outubro de 1949.

Causas
O atraso tecnológico, social e econômico da China deixou o país vulnerável a intervenções dos impérios colonialistas na segunda metade do século 19. A revolta contra a invasão estrangeira e o governo conservador levou à criação de dois partidos, o nacionalista e comunista. Na primeira metade do século 20, eles travaram duas guerras civis e se uniram contra o Japão. Ao final, o PCC (Partido Comunista Chinês) conquistou o poder.

Principais períodos
Grande Salto Adiante (1958-1961): campanha fracassada para modernizar o país, terminou com mais de 20 milhões de chineses mortos pela fome.
Revolução Cultural (1966-1967, 1972-1973 e 1975-1977): movimento ideológico que perseguiu e matou intelectuais e dissidentes políticos.
Reformas (1978-1980): conjunto de reformas políticas e econômicas que abriram o país ao mercado internacional e iniciaram um período de acelerado crescimento econômico.

Consequências
A China sobreviveu à queda dos regimes comunistas no Leste Europeu, tornando-se uma das maiores potências do planeta. O país poderá se tornar, em 2010, a segunda maior economia mundial.

(Osmar Rios)

domingo, 27 de setembro de 2009

Brasil melhora na economia, mas desigualdade persiste.


A Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) é considerada a mais abrangente e detalhada pesquisa domiciliar realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no Brasil. Os dados estatísticos publicados em setembro de 2009, referentes a renda, trabalho e acesso a bens e serviços, foram coletados em setembro de 2008.

Os principais resultados positivos da Pnad são:

Aumento do número de empregos formais e recuo do desemprego.
Crescimento da renda média do trabalhador e dos domicílios.
Índice de escolarização cresceu entre jovens.

Problemas que ainda precisam ser sanados:

Distribuição de renda: a parcela 10% mais rica da população brasileira concentra 42,7% dos rendimentos do trabalho, enquanto os 10% mais pobres ficam com o 1,2% restante.
Diferenças entre regiões do país: Centro-Oeste é a mais rica, Nordeste a mais pobre, proporcionalmente.
A taxa de analfabetismo apenas se estabilizou: um em cada dez jovens de 18 anos ou mais não sabe ler nem escrever.
Falta saneamento básico: um em cada quatro lares brasileiros não possui rede de esgoto.
Acesso a internet ainda é baixo: 5,3 acessos em cada 100 mil habitantes, contra uma média de 30 acessos em países europeus.

(Osmar Rios)

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Destino dos dejetos é grande desafio ambiental


O lixo tóxico britânico descoberto em contêineres nos portos de Santos (SP) e do Rio Grande do Sul é apenas uma parcela de todo o lixo que circula no mercado internacional (de forma legal, com o consentimento dos países, e também ilegal, com a participação do crime organizado).
Em sociedades de altos níveis de consumo, produz-se cada vez mais lixo. A indústria, por sua vez, precisa de matéria-prima para fabricar novos produtos. Por isso, o depósito e a reciclagem de lixo tornaram-se um negócio lucrativo.

Decisões
A Convenção de Basileia, sancionada por mais de 50 nações, permite o comércio de lixo tóxico, desde que feito com a concordância e a fiscalização dos governos dos países envolvidos.
A União Europeia proibiu a venda de produtos eletrônicos com componentes que contenham substâncias tóxicas, como chumbo e mercúrio.
No caso do Brasil (onde apenas 7% dos municípios possuem coleta seletiva), uma solução seria ampliar as redes de coleta seletiva, o que poderia melhorar as condições do meio ambiente e a saúde pública – e também tornaria a indústria nacional autossustentável.

(Osmar Rios)

As lições da crise, um ano depois.

Depois de um ano, a crise econômica internacional dá sinais de que está chegando ao fim. Países começam a se recuperar do período de recessão e o G-20, grupo dos países ricos e emergentes, discute agora estratégias para sair da crise e controlar o mercado financeiro, de modo a evitar novos colapsos no sistema.

Para recuperar a economia, os Estados Unidos e a Europa investiram em pacotes de estímulo, que incluíram a injeção de dinheiro em bancos, na indústria e políticas de reajuste fiscal. No entendimento do G-20, ainda é cedo para suspender esse apoio dos Estados. O lado ruim é que os governos vão ficando cada vez mais endividados, o que pode causar, no futuro, uma nova depressão.

No Brasil, a recessão durou dois trimestres, contra o dobro em nações mais ricas, como Estados Unidos, França e Alemanha. A estabilidade econômica do país contribuiu para amenizar os impactos da crise.

Países emergentes, como China e Brasil, não somente se recuperaram mais cedo como têm hoje um mercado promissor para investimentos estrangeiros. No mundo pós-crise, eles assumem uma posição de destaque no cenário da geopolítica mundial.

(Osmar Rios)